Somos, definitivamente, um povo Empreendedor.
A Crise e a dificuldade, desde tempos imemoriais, tem dado uma mão madrasta no aguçar do engenho de uma população habituada ao seu fado.
Mas o fado está a mudar.
Os tempos são outros e as necessidades são diferentes.
As dificuldades laborais dos mais jovens, bem como dos maiores de 35, libertou um monstro criativo e sedento de vingança que se escondia na mordomia e na vida capitalista a que nos habituaram as instituições mundiais e o apelo ao Consumo.
Esse animal de hábitos, com a falta de emprego fácil e o baixar dos salários médios, cresceu e fez-se notar, obrigado que estava a tomar decisões e a colocar comida na mesa.
Duas notórias consequências adviriam desta nova e inusitada sombra.
Uma delas foi a Emigração de Luxo, com a fuga dos nossos cérebros para outras paragens, devido a outros valores que se levantaram.
A porta número dois, para os que simplesmente acharam que não era hora de baixar os braços e partir, era fácil de abrir.
Dava acesso a um «brave new world» chamado de Empreendedorismo.
Nada é agora, como antes.
Empreender era pouco apelativo, difícil de alcançar e nem sempre lucrativo.
Em suma, um grande risco.
E como todo Empreendedor sabe, o pior inimigo de um projeto é o medo de falhar, não o Insucesso em si.
E hoje começar do zero não é uma nulidade nem um ponto em branco.
Vemos todos os dias micro negócios nascerem por geração espontânea.
As redes sociais em geral e o Facebook em particular, deram o mote para que inúmeras famílias de Empreendedores criassem negócios de ocasião e rendimentos extra- curriculares.
Mas nem tudo é diferente.
Existem algumas fases de desenvolvimento de uma Startup que não alteraram o seu «modus operandi» ao longo dos anos.
O Estudo de Mercado é essencial. Por muito grande que seja a paixão e a emoção pelo nosso negócio, temos que deixar o lado racional falar até que a voz lhe doa.
A viabilidade do projeto e a segmentação do nosso target são objetivos claros.
O Planeamento Estratégico é o coração da menina dos nossos olhos. É com ele que vamos edificar o Plano de Negócios, o Plano de Marketing e respetivos custos inerentes a toda a operação.
A Captação de Financiamento contará, sempre, com o nosso próprio Capital. Para além da criatividade e da visão, temos que arriscar com as nossas poupanças para que terceiros acreditem igualmente no nosso empenho presente e futuro.
O Arranque do Negócio é o clímax, o momento mais esperado de toda esta lista de pontos a seguir.
É dado o tiro de partida e temos que correr para a meta proposta e ganhar.
A Expansão é o segundo momento de realização, de glória, de obra feita.
Sabemos que estamos a fazer algo certo e queremos replicar, expandir o negócio.
Mas existem desafios nesta estrada de asfalto. Ontem, tal como hoje, alguns dos desafios ao Empreendedorismo não criaram bolor nem ganharam rugas de expressão.