Confesso que fico um bocado irritada quando os empresários me vêm com a conversa “ah tenho de pagar o IVA e tenho imenso para pagar, não se pode”… ora vamos lá simplificar esta questão do IVA…
Antes de mais temos de ter consciência que o IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) é um imposto de tributação indirecta, isto é, a pessoa que o declara e entrega ao Estado não é a mesma pessoa que efectivamente o paga/suporta.
Vamos lá a um exemplo prático, vou agora tomar um café e pago 0,70 pelo café, deste valor 0,62 é o valor do café e 0,08 é o valor do IVA, ora o comerciante que recebeu os 0,70 não é nada mais nada menos, que como eu digo na brincadeira, o pote mealheiro do Estado, onde eu, consumidor final do café depositei 0,08 de IVA para serem entregues ao Estado, obviamente que a todo o IVA recebido dos clientes o comerciante poderá deduzir o IVA pago aos seus fornecedores, do que por lei é permitido para exercer a sua actividade. De forma simples diremos que entrega ao Estado a diferença entre o IVA que recebeu dos seus clientes e o IVA que pagou aos seus fornecedores.
Quem paga efectivamente o IVA é o consumidor final do produto, o comerciante apenas o guarda para o entregar ao Estado, o desafio mais uma vez está no tempo de recebimento dessa venda, bem como nas prioridades de pagamento… aconselho muitas vezes os empresários (principalmente os em nome individual) a terem uma conta bancárias onde guardam o dinheiro do IVA que recebem dos clientes, ora quando chega o momento da entrega do IVA ao Estado têm uma surpresa pois o valor a pagar é inferior ao que têm guardado e assim vão amealhando algum dinheiro.
Quando temos IVA a pagar é bom sinal, é sinal que vendemos, se não temos o dinheiro para pagar o IVA, das duas uma, ou ainda não o recebemos dos clientes, ou então já gastamos algo que não é nosso mas sim do Estado.
Atenção que o não pagamento do IVA é um crime de abuso de confiança, uma vez que recebemos o dinheiro do cliente mas não o entregámos nos cofres do Estado.